Salmos 66:1

A história por trás do convite universal à adoração

Em um mundo cada vez mais polarizado, a ideia de um convite universal à adoração pode parecer utópica. No entanto, essa é exatamente a mensagem que se encontra em um dos versículos mais conhecidos dos Salmos: "Aclamem a Deus, povos de toda terra!".

Essa frase, que pode parecer simples à primeira vista, tem uma história rica e complexa por trás. Ela faz parte do Salmo 66, um dos mais longos e elaborados da coletânea. Escrito provavelmente no período pós-exílico, quando os judeus retornaram do exílio babilônico para Jerusalém, o Salmo 66 é uma ode à grandeza de Deus e à sua fidelidade para com o seu povo.

No início do Salmo, o autor convida todos a celebrar a Deus com cânticos e louvores. Ele fala em termos grandiosos sobre a magnitude do poder divino, que é capaz de transformar as águas em terra seca e de subjugar os inimigos. Em seguida, o autor narra a sua própria experiência de salvação, em que Deus o livrou de um perigo iminente e o fez prosperar.

É nesse contexto que surge a famosa frase do verso 1: "Aclamem a Deus, povos de toda terra!". O autor não está falando apenas aos seus compatriotas judeus, mas a todos os povos do mundo. Ele acredita que a grandeza de Deus é universal e que todos devem reconhecê-la e adorá-la.

Essa mensagem de universalidade é reforçada ao longo do Salmo, que fala em termos de "todas as nações" e "todos os povos". O autor acredita que a salvação que ele experimentou não é exclusiva dos judeus, mas está disponível para todos os que se voltam para Deus com sinceridade.

Essa visão inclusiva e abrangente é uma das marcas distintivas dos Salmos, que são uma coletânea de poemas e cânticos que expressam a variedade de emoções e experiências do povo de Israel ao longo dos séculos. Os Salmos são uma fonte de inspiração e conforto para muitos cristãos até hoje, que encontram neles uma linguagem poética e poderosa para expressar a sua própria fé e devoção.

Ao convidar todos os povos da terra a aclamarem a Deus, o autor do Salmo 66 nos lembra da nossa responsabilidade como seres humanos de reconhecer a grandeza divina e de buscar a sua vontade em nossas vidas. É uma mensagem que ressoa até hoje, em um mundo cada vez mais dividido e polarizado, em que a busca pela paz e pela justiça exige que reconheçamos a nossa interdependência e a nossa comum humanidade.