Romanos 4:15

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porque a lei produz a ira. E onde não há lei, não há transgressão.

Significado do Versículo

Romanos 4:15 faz parte do discurso de Paulo sobre a justificação pela fé em Jesus Cristo, em contraste com a justificação pela observância da lei.

"A lei produz a ira" significa que a lei revela o pecado e a culpa das pessoas, o que leva à ira de Deus.

A lei produz ira porque ninguém é capaz de cumprir completamente a lei, e, portanto, todos são culpados diante de Deus.

"Onde não há lei, não há transgressão" significa que, sem a lei, não há conhecimento do pecado e, portanto, ninguém pode ser condenado por transgredi-la.

Isso se relaciona com a graça de Deus porque a salvação pela fé em Jesus Cristo é um presente gratuito de Deus, não algo que pode ser conquistado pela observância da lei.

A lei é importante porque revela o caráter santo de Deus e o padrão de justiça que Ele exige. No entanto, a lei não pode salvar ninguém, apenas revela a necessidade de salvação.

"A letra mata, mas o Espírito vivifica" significa que a observância legalista da lei pode levar à morte espiritual, mas a vida vem do Espírito Santo que habita em nós.

Podemos aplicar esse versículo em nossas vidas hoje reconhecendo que somos pecadores e que precisamos da graça de Deus para sermos salvos. Também podemos ser gratos pela revelação da lei, que nos ajuda a entender a santidade de Deus e a nossa necessidade de salvação.

Explicação de Romanos 4:15

A relação entre lei e transgressão: a origem da ira divina

A passagem bíblica de Romanos 4:15 é uma das mais emblemáticas do Novo Testamento, pois traz à tona uma questão fundamental para a compreensão da natureza humana e divina: a relação entre lei e transgressão. Segundo o apóstolo Paulo, a lei produz a ira de Deus, pois ela é o padrão moral que revela a natureza pecaminosa do homem e, consequentemente, sua incapacidade de cumprir os mandamentos divinos. Por outro lado, onde não há lei, não há transgressão, o que significa que a ausência de um código moral não torna o homem menos pecador, mas sim o deixa sem uma referência clara do que é certo ou errado.

Para entender a origem desse ensinamento, é preciso voltar ao contexto histórico e teológico em que Paulo escreveu a carta aos romanos. Na época, a comunidade cristã estava dividida entre judeus e gentios, e havia uma forte pressão dos líderes judaicos para que os convertidos ao cristianismo seguissem as leis e tradições do judaísmo, como a circuncisão e a observância do sábado. Paulo, por sua vez, defendia que a salvação era pela fé em Jesus Cristo, e não pelas obras da lei.

Nesse contexto, Paulo argumenta que a lei não pode salvar o homem, pois ela apenas revela o pecado e a condenação. Ele cita o exemplo de Abraão, que foi justificado pela fé, antes mesmo de ter recebido a circuncisão e ter cumprido as leis do judaísmo. Para Paulo, a fé em Jesus Cristo é o único caminho para a salvação, pois ela nos liberta da condenação da lei e nos reconcilia com Deus.

No entanto, Paulo não nega a importância da lei como um guia moral para a humanidade. Ele reconhece que a lei é santa, justa e boa, mas que ela não pode salvar o homem, pois ele é incapaz de cumpri-la perfeitamente. Por isso, a lei produz a ira de Deus, pois ela revela a nossa natureza pecaminosa e a nossa incapacidade de cumprir os mandamentos divinos.

Por outro lado, onde não há lei, não há transgressão. Isso significa que a ausência de um código moral não torna o homem menos pecador, mas sim o deixa sem uma referência clara do que é certo ou errado. Paulo não está defendendo o relativismo moral, mas sim mostrando que a lei não é a única fonte de moralidade e que a salvação não depende da observância da lei, mas sim da fé em Jesus Cristo.

Em resumo, a passagem de Romanos 4:15 é uma reflexão profunda sobre a natureza humana e divina, e sobre a relação entre lei e transgressão. Ela nos lembra que a lei não pode salvar o homem, mas que ela é importante como um guia moral para a humanidade. Ela também nos mostra que a fé em Jesus Cristo é o único caminho para a salvação, pois ela nos liberta da condenação da lei e nos reconcilia com Deus.

Versões

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Porque a lei suscita a ira; mas onde não há lei, também não há transgressão.

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Pois a lei traz o castigo de Deus. Mas, onde não existe lei, também não existe desobediência à lei.