Romanos 16:11

A história por trás da saudação a um parente e aos da casa de Narciso

No final da carta aos Romanos, o apóstolo Paulo envia saudações a diversas pessoas, incluindo um certo Herodião, a quem ele chama de seu parente, e aos membros da casa de Narciso que estão no Senhor. Essa breve menção pode parecer insignificante, mas revela muito sobre a vida da igreja primitiva e sobre a rede de relacionamentos que se formava em torno do evangelho.

Herodião é um nome pouco comum na Bíblia, e não se sabe ao certo quem ele era. Alguns estudiosos sugerem que ele poderia ser um parente de Paulo, talvez um primo ou sobrinho. Outros afirmam que o termo "parente" pode ser usado de forma mais ampla, para se referir a um irmão na fé. De qualquer forma, o fato de Paulo mencioná-lo indica que havia algum tipo de vínculo pessoal entre eles.

Já a casa de Narciso é um pouco mais conhecida. Narciso era um liberto, ou seja, um ex-escravo que havia sido libertado por seu dono romano. Ele provavelmente era rico e influente, e sua casa era um ponto de encontro para os cristãos de Roma. No entanto, não se sabe ao certo se ele próprio era um crente.

O que é interessante sobre essa saudação é que ela mostra como a igreja primitiva era formada por pessoas de diferentes origens e classes sociais. Tanto Herodião quanto Narciso eram judeus, mas um era um parente de Paulo e o outro um ex-escravo. Além disso, Paulo envia saudações a outras pessoas, como Priscila e Áquila, que eram casados e trabalhavam como fabricantes de tendas, e a uma mulher chamada Febe, que era diaconisa em Cencreia.

Essa diversidade de pessoas e funções mostra como o evangelho não estava restrito a uma elite intelectual ou social, mas era acessível a todos. A igreja primitiva era uma comunidade de irmãos e irmãs em Cristo, que se apoiavam mutuamente e compartilhavam suas vidas. E mesmo que não saibamos muito sobre Herodião, Narciso e os outros mencionados por Paulo, podemos imaginar que eles eram pessoas comuns, com suas alegrias e tristezas, suas lutas e vitórias, assim como nós.

Em resumo, a saudação a Herodião e aos da casa de Narciso é uma pequena janela para a vida da igreja primitiva e para a riqueza de relacionamentos que se formavam em torno do evangelho. Ela nos lembra que a fé cristã não é apenas uma questão de doutrina ou ritual, mas de comunhão e amor mútuo. E nos encoraja a buscar essa mesma unidade e diversidade em nossas próprias comunidades de fé.