Jó 34:13

A questão da autoridade na criação do mundo: a história por trás de "Quem o nomeou para governar a terra? Quem o encarregou de cuidar do mundo inteiro?"

O livro de Jó é conhecido por suas reflexões profundas sobre a natureza humana e a relação entre Deus e o homem. No capítulo 34, um dos amigos de Jó, Eliú, faz uma série de discursos sobre a justiça divina e a necessidade de reconhecer a soberania de Deus. É nesse contexto que surge a famosa pergunta: "Quem o nomeou para governar a terra? Quem o encarregou de cuidar do mundo inteiro?"

Para entender o significado dessa passagem, é preciso compreender o contexto histórico e cultural em que ela foi escrita. Na época em que Jó foi escrito, a ideia de que havia um Deus único e supremo ainda estava se desenvolvendo. Muitos povos da região acreditavam em uma multiplicidade de deuses, cada um responsável por uma área específica da vida. Nesse contexto, a pergunta de Eliú é uma afirmação da soberania de Deus sobre todas as coisas.

Mas a pergunta também tem um tom desafiador. Eliú está sugerindo que, se Deus é o único governante do mundo, então todas as outras formas de autoridade são questionáveis. Isso inclui não apenas os governantes humanos, mas também os líderes religiosos e os próprios amigos de Jó, que tentam convencê-lo de que seus sofrimentos são um castigo divino por algum pecado que ele cometeu.

Ao fazer essa pergunta, Eliú está convidando Jó e seus amigos a repensarem suas concepções de justiça e autoridade. Ele está sugerindo que, se Deus é o único que tem o direito de governar o mundo, então todas as outras formas de poder devem ser subordinadas a Ele. Isso implica em reconhecer que a justiça divina pode ser misteriosa e incompreensível aos olhos humanos, e que é preciso confiar na sabedoria e na bondade de Deus mesmo quando as circunstâncias parecem contradizer essas qualidades.

Em resumo, a pergunta de Eliú em Jó 34:13 é um convite à humildade e à submissão diante da soberania divina. Ela nos lembra que, por mais que tentemos controlar nossas vidas e o mundo ao nosso redor, é Deus quem detém o verdadeiro poder e autoridade. E isso não é uma fonte de medo ou desespero, mas de esperança e confiança na bondade e na fidelidade de Deus.