Hebreus 7:4

A história da passagem bíblica que fala sobre a grandeza de um homem que recebeu o dízimo de Abraão começa com um personagem bastante enigmático. Na verdade, não se sabe ao certo quem é esse homem, pois ele não é nomeado no texto. No entanto, acredita-se que se trata de Melquisedeque, um sacerdote que aparece no livro de Gênesis e que é mencionado novamente no Salmo 110 e na carta aos Hebreus.

O versículo em questão faz parte de um argumento que o autor da carta aos Hebreus está desenvolvendo para provar que Jesus é superior a todos os sacerdotes que vieram antes dele. Para isso, ele recorre à figura de Melquisedeque, que é apresentado como um tipo de Cristo, um sacerdote eterno que não tem pai nem mãe, nem genealogia, nem início de dias nem fim de vida.

O autor da carta aos Hebreus cita o episódio em que Abraão encontra Melquisedeque após uma batalha e lhe dá o dízimo dos despojos. Esse gesto é interpretado como uma forma de reconhecer a superioridade do sacerdote sobre o patriarca. Afinal, é comum que o dízimo seja dado pelos fiéis aos sacerdotes como uma forma de honrá-los e sustentá-los.

O argumento do autor da carta aos Hebreus é que, se Abraão, o pai da fé, reconheceu a superioridade de Melquisedeque e lhe deu o dízimo, então é ainda mais evidente que Jesus, o Filho de Deus, é superior a todos os sacerdotes que vieram antes dele. Afinal, Jesus não só é um sacerdote eterno, como também é o próprio Deus encarnado.

A importância desse versículo está em mostrar que a figura de Melquisedeque é um tipo de Cristo, uma prefiguração do sacerdócio de Jesus. Além disso, ele serve para reforçar o argumento de que Jesus é superior a todos os sacerdotes que vieram antes dele, incluindo os levitas, que eram da tribo de Levi e que exerciam o sacerdócio no templo de Jerusalém.

Em resumo, a história da referência bíblica Hebreus 7:4 é a história de um argumento teológico que usa a figura enigmática de Melquisedeque para provar a superioridade de Jesus como sacerdote eterno. O gesto de Abraão em dar o dízimo a Melquisedeque é interpretado como uma forma de reconhecer essa superioridade e honrar o sacerdote. Para os cristãos, essa passagem é uma prova da divindade de Jesus e da sua posição como mediador entre Deus e os homens.