Êxodo 4:22

A história da declaração divina sobre a primogenitura de Israel

Quando Moisés foi chamado por Deus para liderar o povo de Israel na saída do Egito, ele recebeu uma mensagem para transmitir ao faraó, o rei do Egito, que se recusava a libertar os hebreus da escravidão. Essa mensagem era uma declaração divina sobre a relação especial de Deus com Israel, que seria o seu "primeiro filho".

Essa afirmação tem um significado profundo na cultura do Antigo Oriente Próximo, onde a primogenitura era um valor fundamental na transmissão da herança e da autoridade. O primogênito era o herdeiro legítimo do pai e tinha o direito de receber uma porção dupla da herança e de assumir a liderança da família ou da tribo. Além disso, o primogênito era considerado um representante da divindade, uma vez que acreditava-se que os deuses favoreciam os mais velhos. Portanto, quando Deus se refere a Israel como o seu "primeiro filho", ele está afirmando a sua posição de primazia e de eleição divina.

A história do versículo começa quando Moisés é chamado por Deus para libertar o povo de Israel da opressão egípcia. Moisés, que havia fugido do Egito após matar um egípcio que maltratava um hebreu, reluta em aceitar a missão divina, alegando que não é eloquente o suficiente para falar diante do faraó. Deus, porém, lhe assegura que estará com ele e lhe dará as palavras certas para falar.

Então, Deus lhe dá uma série de sinais e milagres para realizar diante do faraó, a fim de demonstrar o seu poder e persuadir o rei a deixar o povo de Israel sair. E, como parte dessa estratégia, Deus lhe diz para dizer ao faraó que Israel é o seu "primeiro filho", e que, se ele não deixar o povo ir, Deus matará o seu próprio filho primogênito.

Essa ameaça divina é uma demonstração da gravidade da situação e do compromisso de Deus com a libertação do seu povo. Além disso, ela mostra que Deus está disposto a usar meios extremos para cumprir a sua vontade e proteger os seus filhos. E, de fato, quando o faraó se recusa a deixar o povo sair, Deus envia dez pragas sobre o Egito, culminando na morte dos primogênitos egípcios, mas poupando os primogênitos dos hebreus que haviam marcado as portas com sangue de cordeiro.

Assim, a referência bíblica de Êxodo 4:22 é uma afirmação da relação especial entre Deus e Israel, que é o seu "primeiro filho" e o objeto da sua eleição e proteção. E essa afirmação tem implicações profundas para a compreensão da teologia bíblica e da história da salvação.