Êxodo 26:35

A disposição dos móveis sagrados no Tabernáculo: a mesa e o candelabro

O Tabernáculo era a morada de Deus no meio do povo de Israel durante a peregrinação no deserto. Era um santuário móvel, construído segundo as instruções divinas dadas a Moisés no Monte Sinai. O Tabernáculo era dividido em duas partes: o Lugar Santo e o Santo dos Santos. O véu separava essas duas partes e simbolizava a separação entre Deus e o homem, que só poderia se aproximar de Deus por meio dos ritos e sacrifícios prescritos pela Lei.

No Lugar Santo, havia três móveis sagrados: a mesa dos pães da proposição, o candelabro de ouro e o altar do incenso. Cada um desses móveis tinha um significado especial e uma função litúrgica específica. A mesa dos pães da proposição era onde se colocavam doze pães frescos, representando as doze tribos de Israel, renovados todas as semanas. O candelabro de ouro, com sete braços e sete lâmpadas, representava a luz divina que iluminava a vida do povo de Deus. O altar do incenso era onde se queimavam as ofertas aromáticas, simbolizando a oração e a adoração dos fiéis.

No versículo 35 do capítulo 26 do livro do Êxodo, Deus ordena a Moisés que coloque a mesa do lado de fora do véu, no lado norte do Tabernáculo, e o candelabro em frente dela, no lado sul. Essa disposição tinha um significado simbólico importante. A mesa dos pães da proposição representava a presença de Deus como provedor e sustentador da vida do povo. O candelabro representava a presença de Deus como luz e guia do povo. A disposição desses móveis no Lugar Santo indicava que a presença de Deus estava no meio do povo, iluminando e sustentando sua vida.

Além disso, a disposição dos móveis no Lugar Santo também tinha uma função litúrgica. O sacerdote entrava no Lugar Santo para realizar os ritos sagrados, começando pela mesa dos pães da proposição e terminando no altar do incenso, diante do véu que separava o Santo dos Santos. A disposição dos móveis facilitava o acesso e a circulação do sacerdote no Lugar Santo, sem obstruir o acesso ao Santo dos Santos, onde só o sumo sacerdote podia entrar uma vez por ano, no Dia da Expiação.

Assim, a disposição dos móveis sagrados no Tabernáculo era uma expressão da presença de Deus no meio do povo e da ordem litúrgica que regia o culto divino. Essa disposição foi preservada no Templo de Jerusalém, que substituiu o Tabernáculo como morada de Deus, e continua a ser lembrada na liturgia judaica até hoje. Para os cristãos, a mesa dos pães da proposição e o candelabro de ouro são símbolos da Eucaristia e da luz de Cristo, que iluminam e sustentam a vida da Igreja.