Deuteronômio 19:3

A história da divisão de terras para refúgio de homicidas

Há muito tempo, em uma época em que a lei era diferente da que conhecemos hoje, existia uma prática curiosa entre os antigos hebreus. Quando alguém cometia um homicídio, havia um lugar para onde essa pessoa poderia fugir e estar segura de ser punida pelo crime que cometeu. Essa prática era conhecida como a divisão de terras para refúgio de homicidas.

De acordo com o livro de Deuteronômio, um dos livros sagrados da Bíblia, essa prática era uma ordem divina. O versículo 19:3 diz: "Dividam em três partes a terra que o Senhor, o seu Deus, lhe está dando como herança e façam nela acessos, para que aquele que matar alguém possa fugir para lá."

Essa ordem foi dada por Deus aos hebreus quando eles estavam prestes a entrar na Terra Prometida, a terra que Deus havia prometido a Abraão e seus descendentes. A ideia era que, se alguém cometesse um homicídio sem intenção, ou seja, sem premeditação, poderia fugir para um desses lugares e estar seguro de ser morto pelo parente da vítima, que teria o direito de vingar a morte do seu ente querido.

Esses lugares eram chamados de cidades de refúgio e eram distribuídos por toda a terra de Israel. Havia três cidades no lado leste do rio Jordão e mais três no lado oeste. Essas cidades eram escolhidas por sua localização estratégica, de forma que fossem facilmente acessíveis para quem precisasse delas.

Para que um homicida pudesse se refugiar em uma dessas cidades, ele precisava se apresentar diante dos anciãos da cidade e explicar o que havia acontecido. Se o homicídio tivesse sido cometido sem intenção, ele seria acolhido e protegido pela cidade até que o caso fosse julgado.

Se, por outro lado, o homicídio tivesse sido cometido com premeditação, ou seja, se fosse um assassinato, o homicida seria entregue à justiça para ser punido pelo crime que cometeu.

Essa prática durou até que a lei fosse alterada, com a vinda de Jesus Cristo. Ele ensinou que a vingança não era a solução para a violência e que devemos perdoar nossos inimigos. Com isso, a prática de dividir a terra para refúgio de homicidas foi abandonada.

Hoje em dia, a lei é diferente e a justiça é feita de outra forma. Mas a história da divisão de terras para refúgio de homicidas nos ensina que, em tempos antigos, as pessoas tinham uma forma diferente de lidar com a violência e a justiça. E que, mesmo assim, Deus estava presente e guiando seu povo.