Atos 15:19
"Portanto, julgo que não devemos pôr dificuldades aos gentios que estão se convertendo a Deus.
Significado do Versículo
Os gentios mencionados são aqueles que não são judeus, ou seja, os não-circuncisos.
Isso significa que não devemos impor regras ou exigências desnecessárias aos gentios que estão se convertendo a Deus.
Os gentios estavam se convertendo a Deus porque haviam ouvido falar do evangelho e reconhecido Jesus como o Messias.
A dificuldade em questão era se os gentios precisavam se tornar judeus (ou seja, se precisavam ser circuncidados e seguir as leis e tradições judaicas) para serem salvos.
A decisão tomada foi que os gentios não precisavam se tornar judeus para serem salvos, mas deveriam se abster de certas práticas imorais e idolátricas.
Essa decisão é uma orientação para todos os cristãos, pois mostra que a salvação é pela graça de Deus e não pelas obras da lei.
Essa decisão ajudou a unir judeus e gentios na igreja primitiva, pois ambos foram aceitos como iguais diante de Deus.
Esse versículo mostra que a missão da igreja é levar o evangelho a todas as nações, sem impor barreiras desnecessárias.
Podemos aplicar essa orientação em nossa vida cristã hoje, buscando não impor nossas próprias tradições ou exigências aos novos convertidos, mas sim ajudá-los a crescer em sua fé.
Esse versículo se relaciona com outros ensinamentos bíblicos sobre a graça de Deus, como em Efésios 2:8-9: "Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se glorie".
Explicação de Atos 15:19
A decisão de não impor barreiras aos gentios que se convertem a Deus
Durante os primeiros anos após a morte de Jesus, a comunidade cristã era formada principalmente por judeus convertidos. No entanto, à medida que o evangelho se espalhava, muitos gentios também se convertiam e começavam a fazer parte da igreja. Isso gerou uma grande discussão entre os líderes cristãos da época sobre como lidar com esses novos convertidos.
Alguns líderes defendiam que os gentios deveriam seguir todas as leis e tradições judaicas antes de se tornarem cristãos. Isso incluía a circuncisão, a observância do sábado e a abstinência de certos alimentos. Outros líderes, porém, acreditavam que a salvação era alcançada apenas pela fé em Jesus Cristo e que essas práticas judaicas não eram necessárias para a salvação.
Essa discussão chegou a um ponto crítico quando alguns líderes judeus cristãos foram até a cidade de Antioquia, onde havia uma grande comunidade de gentios convertidos. Eles começaram a ensinar que os gentios deveriam seguir todas as leis e tradições judaicas para serem salvos. Isso gerou uma grande controvérsia e a igreja decidiu enviar uma delegação para Jerusalém para discutir o assunto.
Foi nessa reunião em Jerusalém que o apóstolo Pedro defendeu que a salvação era alcançada apenas pela fé em Jesus Cristo e que as práticas judaicas não eram necessárias. Ele contou como Deus havia lhe mostrado que os gentios também eram aceitos por Ele, quando Pedro batizou um grupo de gentios em Cesareia e viu que eles receberam o Espírito Santo da mesma forma que os judeus.
Depois disso, o apóstolo Tiago tomou a palavra e concordou com Pedro, mas acrescentou que os gentios deveriam seguir algumas regras básicas para evitar ofender os judeus convertidos. Essas regras incluíam evitar a idolatria, a imoralidade sexual e a carne de animais sufocados ou com sangue.
Foi nesse contexto que Tiago proferiu a famosa frase que se tornou o versículo Atos 15:19: "Portanto, julgo que não devemos pôr dificuldades aos gentios que estão se convertendo a Deus." Essa decisão foi aceita por toda a igreja e enviada por carta para as outras comunidades cristãs.
Essa decisão foi fundamental para o crescimento da igreja entre os gentios e para a sua separação do judaísmo. Ela permitiu que o evangelho fosse pregado sem as barreiras culturais e religiosas que existiam na época. Além disso, ela mostrou que a salvação era alcançada apenas pela fé em Jesus Cristo e não pelas obras da lei.
Hoje, essa decisão continua sendo um exemplo de como a igreja pode lidar com as diferenças culturais e religiosas em seu meio, sem comprometer a sua mensagem central. Ela também nos lembra que a salvação é um dom gratuito de Deus, que não depende das nossas obras ou tradições.
Versões
— Por isso, julgo que não devemos perturbar aqueles que, entre os gentios, se convertem a Deus,
E Tiago continuou: — A minha opinião é esta: eu acho que não devemos atrapalhar os não judeus que estão se convertendo a Deus.